Prot. N.º 001/2025
Brasília, 01º de janeiro de 2025.
Chama viva da minha esperança, este canto
suba para Ti! Seio eterno de infinita vida,
no caminho eu confio em Ti!
Excelentíssimos Bispos,
Reverendíssimos Clérigos,
Caríssimos Religiosos e Religiosas,
Amados e queridos irmãos e irmãs,
Amados irmãos e irmãs em Cristo,
Com as palavras do Hino do Jubileu da Esperança, damos início a este Ano Novo e Santo de 2025, um tempo singular de graça e renovação, em que celebramos os 2025 anos do nascimento de nosso Senhor, Jesus Cristo, o Salvador da humanidade. Este ano, marcado pelo Ano Santo – Jubileu da Esperança, convida-nos a viver na luz do Evangelho e a sermos portadores da esperança que transforma vidas e dá sentido à humanidade.
Neste tempo jubilar, ressoa em nossos corações o apelo universal de Deus, que: Toda a língua, povo e nação tua luz encontra na Palavra. Os teus filhos, frágeis e dispersos se reúnem no teu Filho amado. Em Cristo, encontramos a unidade que o mundo tanto necessita e a força para atravessar as trevas da desesperança, que muitas vezes permeiam nossa realidade.
Como peregrinos de esperança, somos chamados a carregar no coração e na vida a força transformadora do amor de Deus, particularmente em nosso amado Brasil, terra rica em fé, mas ferida pela divisão, pela violência e pela falta de amor. Vivemos tempos, em que tantos irmãos e irmãs se sentem abandonados, presos às incertezas e à indiferença. O Papa Francisco, com sua voz profética, nos lembra que a esperança cristã não é um mero otimismo, mas uma força viva e concreta, que nos impulsiona a sermos instrumentos de paz, justiça e fraternidade.
Este Jubileu é um real convite à reconciliação com Deus e com os irmãos. As portas santas abertas em todas as partes nos recordam que a misericórdia do Pai está sempre ao nosso alcance. Somos chamados a atravessá-las com fé e esperança, confiando na força do perdão e comprometendo-nos a sermos artífices da unidade e da paz. Onde houver falta de fé, sejamos testemunhas confiantes. Onde houver divisão, sejamos construtores de pontes. Onde houver violência, sejamos semeadores de paz.
A luz de Cristo, celebrada neste tempo santo, ilumina a nossa missão. Cada um de nós é chamado a ser chama viva de esperança no meio de um mundo ferido. Que ninguém se sinta pequeno demais para ser sinal do Reino de Deus. Como Igreja, como famílias e como nação, somos convocados a viver este ano com o coração voltado para o amor do Pai e o olhar fixo em Cristo, que é o mesmo ontem, hoje e para sempre.
Amados irmãos e irmãs, a esperança que professamos não é fruto de uma utopia, mas está firmemente alicerçada no mistério da Encarnação, no Deus que se fez carne para habitar entre nós. É esta certeza que deve guiar nossos passos neste Ano Santo. O Hino do Jubileu nos convida a confiar plenamente: Seio eterno de infinita vida, no caminho eu confio em Ti!
Sob a intercessão da Virgem Maria, Estrela da Esperança, e sustentados pelo testemunho dos Apóstolos Pedro e Paulo, que o Ano Novo e Santo de 2025 seja vivido como um tempo de graça, reconciliação e compromisso com o Evangelho. Que possamos renovar nossa fé, fortalecer nossos laços fraternos e transformar nossas comunidades em reflexos vivos do Reino de Deus.
Com profunda comunhão eclesial e afeto pastoral, elevo ao Senhor uma prece por cada um de vós, invocando a abundância das bênçãos divinas sobre todas as famílias e comunidades brasileiras.
Feliz e Ano Santo a todos!
Com estima,
Dom Henrique Gänswein
Núncio Apostólico no Brasil